sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Chá|Eu|PANOS

Existem em Viseu uma série de locais onde podemos adquirir chá, para levar ou mesmo saborear no local.
No entanto, descobri um café muito engraçado que vende capuccinos muito bonitinhos.

E então, vamos a um chápuccino?

(e descobri o quão parecido soa "chá" com "já", lol)

E como o que está acima é, aparentemente, estúpido e sem sentido, vou continuar com alguma coisa que surja, mas que pode não estar directamente relacionado com aquilo.

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Não gosto de me conformar. Gosto de procurar, e continuar a procurar. Não tenho de encontrar necessariamente, sinto-me bem na procura. E é também por isso que quero ser actor, porque gosto de descobrir, experimentar, saber fazer tudo sem saber nada. E assim sou feliz. Mais tarde digo-te o que penso sobre ti, se o quiseres saber, claro. Como actor, sou como o Álvaro de Campos, na fase do meio, em que experimenta todo o tipo de sentimento como se não houvesse amanhã! E gosto disso, baby! Gosto disso...

Foi giro?

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Lembrei-me agora de partilhar uma coisa convosco.
Para o PANOS, o Graeme pediu que escrevêssemos qualquer coisa sobre o Amanhã. Como não sou uma pessoa séria, escrevi isto:

A, MA, NHÃ
NHÃ, MA, A
MA, A, NHÃ
NHÃ, A, MA
Parágrafo,
Caneta, papel, papel, dinheiro, dinheiro, moeda, tesouro, riqueza, saúde, morte, felicidade, meeeeeeerda!
Gosto de morangos, NHÃ
Polícia, bombeiros, A
Amor, sexo, sexo, amor, sexo, MA
Comida, dormida, hotel, curso, viagem, sofrimento, prazer, cansaço
Vírgula
Canoa, mulher, barco, barca, gala, sentimento, pintura, teatro, mar, oceano. Sereia, penteia, canção, música, violino, verão, violeta, violenta.
De pé, sentado, dividido, deitado, morto.
Ponto final

Fim

P.S.: Foi fixe

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia de S. Valentim não é mau



Era uma vez um rapaz. Ele era normal. Tinha o cabelo curto, e escuro, era relativamente alto e ao mesmo tempo de estatura média. Insatisfeito com a sua aparência. Mas esse rapaz tinha uma namorada, e ia ter com ela no momento em que pegamos na história. Nesse momento, ele subia uma rua relativamente íngreme com um ramo de rosas na mão. Número ímpar de flores. O vermelho das pétalas contrastava com o branco do papel que as envolvia, criando um ramalhete que parecia um bombom de chocolate branco com um interior sabor a morango ou framboesa. Sim, deve ser desagradável, mas é um bombom. O seu passo não era acelerado, mas era largo. As suas pernas eram compridas. Não tinha pressa de chegar, tinha tempo, tinha era uma necessidade extrema de facilitar a tarefa de subir a rua íngreme. Tinha combinado com a parceira encontrarem-se num banco de rua, junto à cerejeira que dava início à fila de árvores do fruto que vem aos pares que enfeitavam o passeio. Estava frio, e não era época de cereja, por isso não havia como roubar uma ou outra num gesto condenável e irresistível que lhes poderia custar a estadia na "Rua de Éden". O rapaz, chegou à beira do banco. Tinha estado a chover, e o verde da tinta que cobria a madeira parecia mais escuro. Ele tirou um pacote de lenços de papel e, apesar de estar a pingar do nariz, usou todos os lenços de que dispunha para secar o banco. Queria que tudo estivesse perfeito, para que quando ela chegasse, a sua perfeição não contrastasse demasiado com a vileza do mundo real. Depois de seco o banco, ele sentou-se e sentou a sua mochila ao seu lado, não fosse começar a chover outra vez. E eventualmente ela chega. Vem de azul, um vestido azul escuro, e um casaco de uma subtileza tremenda a proteger a parte do peito. Porque vinha de vestido? Não sei, mas é uma imagem bonita. Se calhar vinha de um casamento, ou de um baptizado. Ele levantou-se. A cara dela estava pálida, tinha os lábios carregados com bâton e os olhos estranhamente maiores. Parecia uma princesa saída de um filme da Disney. É estúpido, mas terrivelmente real! Ela fitou-o, ele fitou-a, e com alguma distância entre eles, ela parou. Olharam-se por instantes e ela mordeu o lábio, baixou ligeiramente a cara, sorriu e juntou as mãos, agarrando uma com a outra, junto à barriga. Os pés moveram-se mais ou menos impacientes e não chegaram a parar completamente. E num instante, como um espasmo, eles correram e agarraram-se sem intenção de se largar. A razão? Não é precisa uma desculpa para abraçar com amor alguém que queremos muito. Mas neste caso havia. Era o seu aniversário. Abraçaram-se, e dançaram na rua das cerejeiras durante um bom bocado, quando se largaram, não totalmente, beijaram-se. Ele perguntou-lhe como se sentia, ela disse que estava feliz. Ele passou-lhe a mão no cabelo, era suave. Beijou-lhe a testa. Convidou-a a sentar-se. Ela reparou que ele tinha secado o banco, riu-se. Quando se sentaram, calaram-se. Ele olhou para ela de frente, ela olhou-o pelo canto do olho. Os seus olhos eram castanhos.
"Porque é que estás a olhar para mim?"
"Porque seria um crime não olhar."
"Oh! És tolo."
"Tolo? Tu usas essa palavra?"
Uma coisa que os apaixonados não reparam, refiro-me aos apaixonados românticos, é que dizem palavras, vá, tolas.
E ela riu.
"O sol está a espreitar por entre as nuvens, porque ele também quer olhar para ti, mas tem vergonha que o vejas, por isso esconde-se."
"Sim. Ou então as nuvens têm ciúmes!"
"É uma possibilidade, é uma possibilidade. Mas o Sol é o maior engatatão do Sistema Solar, pode-se meter com qualquer planeta!"
"Ai sim? Porquê?"
"Porque tem o mais intenso campo gravítico, o que faz dele uma máquina de atracção!"
Eles riram.
"E tu fazes anos..."
"Sim, eu sei!"
"E eu queria dar-te uma prenda."
"Oh! Não é preciso."
"Não. Mas vou dar."
"É?"
"Sim. Dou-te o que tu me pedires!"
"Quero-te a ti!"
"Mas isso já tens, queres ter repetido, para poder trocar?"
"Oh!"
Ele respirou fundo.
"Queres-me a mim. Por isso vou-te dar a minha palavra. Comprometo-me contigo. Todos os anos, neste dia, terás aqui, neste banco uma prenda à tua espera. Continuemos ou não juntos. Que me dizes?"
"Parece-me bem."
"Começando hoje."
Estendeu-lhe o ramalhete.
"Tão bonito, Valentim..."
"Mas vamos oficializar o nosso acordo."
Tirou do bolso uma navalha, levantou-se e foi até à árvore. Passou a mão no tronco, e com a navalha raspou, para alisar. Depois desenhou um coração e escreveu "14 de Fevereiro".
"Já está! Válido até ao infinito."
Ele sorriu. Ela riu. Estendeu-lhe a mão para a ajudar a levantar, ela agarrou e verticalizou-se com delicadeza. No final olharam-se de perto, no longe dos olhos. Beijaram-se e começou a chover. Abrigaram-se debaixo da árvore.
No final, eles desaparecem. Mas o contrato ficou no tronco. Uma simples data, uma prenda estupidamente irreal como um dia, ficou. E ainda hoje é possivel ver, na Rua das Cerejeiras, na Rua de Éden, o carimbo que oficializou o amor, como se isso fosse necessário, entre Valentim e a sua parceira. E por isso, todos os anos, ele lembra-se dela, porque se lembrou um dia de não a esquecer.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sabes uma coisa? Nada mudou...
Ainda gosto de ti.

E tudo o resto perde importância, quando te vejo.
E tenho pena.